sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Aprendendo a orar com as formigas

Outro dia vi uma formiga que carregava uma enorme folha. Ela era pequena e a folha devia ter, no mínimo, dez vezes o seu tamanho.
A formiga carregava com sacrifício. Ora a arrastava, ora a tinha sobre a cabeça. Quando o vento batia a folha tombava, fazendo cair também à formiga.
Foram muitos os tropeços, mas, nem por isso, a formiga desanimou de sua tarefa.
Eu a observei e acompanhei até que chegou próximo de um buraco, que devia ser a porta de sua casa. Foi quando pensei: “Até que enfim ela terminou seu empreendimento.”
Ilusão minha, na verdade havia apenas terminado uma etapa. A folha era muito maior que a boca do buraco, o que fez com que a formiga a deixasse de lado de fora para, então, entrar sozinha.
Foi aí que disse a mim mesmo: “Coitada... Tanto sacrifício para nada...” Lembrei-me ainda do ditado popular: “Nadou, nadou e morreu na praia.”
Mas a pequena formiga me surpreendeu. Do buraco saíram outras formigas, que começaram a cortar em pequenos pedaços. Elas pareciam alegres na tarefa.
Em pouco tempo a grande folha havia desaparecido, dando lugar a pequenos pedaços e eles estavam todos dentro do buraco.
Imediatamente me peguei pensando em minhas experiências. Quantas vezes desanimei diante do tamanho das tarefas ou dificuldades?
Talvez, se a formiga tivesse olhado para o tamanho da folha, nem mesmo teria começado a carrega-la.
Invejei a persistência e a força daquela formiguinha.
Naturalmente transformei minha reflexão em oração e pedi ao Senhor que me desse à tenacidade daquela formiga, para “carregar” as dificuldades do dia-a-dia.
Que me desse à perseverança da formiga para não desanimar diante das quedas.
Que eu pudesse ter a inteligência e a esperteza dela, para dividir em pedaços que, às vezes, se apresenta grande demais,
Que eu tivesse a humildade para partilhar com os outros o êxito da chegada, mesmo que o trajeto tivesse sido solitário.
Pedi ao Senhor a graça de, como aquela formiga, não desistir da caminhada esmo quando os ventos contrários me fazem virar de cabeça para baixo. Mesmo quando, pelo tamanho da carga, não consigo ver com nitidez o caminho a percorrer.
A alegria dos filhotes que, provavelmente, esperavam lá dentro pelo alimento, fez aquela formiga esquecer e superar todas as adversidades da estrada.
Após o meu encontro com aquela formiga saí mais fortalecido em minha caminhada.
Agradeci ao Senhor por ter colocado aquela formiga em meu caminho ou por me ter feito passar pelo caminho dela.
Sonhos não morrem, apenas adormecem na alma da gente.

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